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10.4.20

Madrugada e Meia - A noite começa do fim para o começo

Capítulo 1


A noite estava pra começar e eu, na minha empolgação adolescente, resolvi que iria sair para beber com amigos num barzinho que tinha no bairro de Santana e que não era tão longe da minha casa. Eu coloquei meu melhor jeans, minha jaqueta de couro e meu coturno brilhante de tão engraxado, me sentia super arrumado, iria arrasar naquela noite.
O caminho até o bar foi tranquilo e lá chegando, encontrei com meus saudosos amigos bêbados incorrigíveis que veneravam as garrafas e latinhas de cerveja empilhadas na mureta. Havia também duas garotas lindas jogando sinuca e, enquanto eu aguardava a chegada da minha cerveja, acendi um cigarro e observava hipnotizado aquelas duas maravilhas que jogavam sinuosamente como serpentes prontas para darem o bote, eu nunca havia percebido a sensualidade daquele jogo. Chegando minha cerveja, a derramei no copo suavemente deixando um dedo de colarinho e então, elevei o copo para degustar meu primeiro gole quando um estampido ensurdecedor interrompeu meu pequeno ritual. Olhei assustado para a rua na direção do barulho e vejo um grupo de pessoas chegando, algumas armadas com pedaços de pau, outras com rojões, todas rindo e falando alto, fizeram aquilo para chamar atenção como quem diz: Olhem só! Chegamos!
Nem dei bola, me virei novamente para tomar meu precioso néctar gélido e amargo, nisso reparei que as duas moças que, jogavam tão eroticamente, haviam parado para olhar o grupo escandaloso que tinha acabado de chegar, elas murmuravam baixinho e olhavam para o grupo como quem escolhe a próxima vítima.


Os meus amigos na mesa comentaram que o grupo que chegou não era daquelas bandas e era muito esquisito chegar fazendo tanto alarde, até que um cara que chamávamos de amarelo devido a uma hepatite, ele tinha os olhos e a pele em tons amarelos, se virou e perguntou se eu conhecia. Claro que nem reparei nos caras, havia uma cerveja gelada e duas mulheres lindas a minha frente, mas como a entrada deles havia quebrado a harmonia do local, eu me virei novamente para vê-los. No primeiro instante nenhum conhecido, até que saiu do meio deles um cara magrinho de cabelo laranja e veio em minha direção, me cumprimentou e falou coisas como se me conhecesse muitos anos, mas eu não o reconheci, ainda assim o convidei para sentar-se e tomar uma gelada comigo. Aquilo me intrigou, pois jurava não conhecer aquele sujeito, ele contou sobre lugares onde eu estive e situações que realmente eu havia vivido, mas eu não me lembrava daquela figura.
-Desce uma caixa de cerveja garçom, eu banco essa rodada. - disse aquele magrelo que começou realmente a ficar mais familiar. Doses vêm, doses vão e ele contando sobre diversas coisas, lugares e acontecimentos os quais ele jurava que estava junto como da vez em que fiquei muito bêbado, dormi em cima de uma cama e acordei em baixo dela. De outra vez em que saí com a filha de um policial e o cara começou a me perseguir pelas ruas, dizendo que me mataria ou cortaria meus testículos se eu encostasse a sua imaculada filha. O engraçado é que tais situações eram verdadeiras, eu as tinha vivido! Mas, eu sempre estava bêbado ou drogado demais para me lembrar de todos que vivenciaram aquilo comigo. Até que em determinado momento, as duas garotas que ainda continuavam o jogo de sinuca, se aproximaram da mesa onde eu estava sentado conversando com aquela coisa de cabelo laranja, uma delas iria fazer uma jogada e precisava que nós, eu e aquele cara, fôssemos um pouco para trás, claro que um pedido quase orgástico seria impossível de não ser atendido. E naquela hora, quase que instantaneamente, os dois fixaram o olhar no quadril da jogadora que se abaixava lenta e suavemente, deixando a bunda extremamente perceptível, claro que os dois precisaram de um babador com extra absorção, tamanha era a beleza daquele corpo. Terminada a jogada, os dois estavam como zumbis enfeitiçados, nisso veio uma luz e a memória se clareou, aquele cara ao meu lado era um dos gangsteres mais temidos da cidade, era conhecido pela sua habilidade em manipular facas, mas o que ele queria comigo? Eu conhecia uns caras da gang dele, porém, era coisa de tomar umas e outras, nada mais. Será que eu teria feito algo que ele desaprovasse? Se for isso, esse cara vai querer me furar com suas facas afiadas. Então, inesperadamente, o grupo que o acompanhava se aproximou e, como um bando de urubus, se enfileirou em nossas costas, ele se virou dando um sinal com o rosto para um deles que de prontidão foi até a moça que fez aquela sinuosa jogada, a segurando com força pelo braço, deitando-a sobre a mesa. Outros dois caras do grupo foram ajudar a segurar aquela menina que aos berros se contorcia, tentando escapar da violência a que foi submetida. Num súbito instante, me lembrei da época em que lutei boxe e quando voltei à razão, estava com uma garrafa na mão. E bem no momento em que ela se chocava na cabeça do primeiro cara que se aproximou da menina, olhei em minha volta rapidamente e todos estavam com cara de espanto, quase não se moviam. Foi nesse momento que levei um soco na cara de um deles, o sangue subiu e assim que o braço levantado em direção ao meu rosto retornava para junto do corpo, comecei a desferir socos para todos os lados, mas havia esquecido que estava com uma garrafa quebrada na mão, o que rendeu ao agressor um corte fundo no abdômen. Os meus amigos não acreditaram no que eu tinha acabado de fazer, eu enfrentei a gang mais temida da cidade por causa de uma mulher que eu nem conhecia e por acharem a causa justa, se juntaram a mim causando o caos naquele, até então, calmo boteco. Depois de muitas cadeiras voando, garrafas quebradas e sangue escorrido, tudo se acalmou, foi muito rápido, eu ainda estava perdido com o soco que havia tomado e nem percebi que a maioria das pessoas tinha saído daquele lugar. Eu e a garota, ainda pálida em cima da mesa, permanecemos ali enquanto o silêncio lentamente invadia o ambiente. Ela olhava incessantemente nos meus olhos como se nada mais existisse e os dela, cheios de lágrimas, borravam a maquiagem, sua expressão de desespero e sua roupa suja do sangue dos agressores me tiraram do transe e novamente o barulho da sirene invadiu meus ouvidos, eu me virei para trás, um policial enorme me atropelou com seu cassetete me deixando inconsciente. Quando acordei, eu estava dentro do camburão junto com aquela moça, ela me acudiu, colocando minha cabeça entre suas pernas e me acarinhando com as mãos. Até que a viatura parou e as portas se abriram, o policial que me agrediu foi o primeiro que avistei, ele me tirou do carro com força, me puxando para fora e depois a menina foi arrancada do camburão da mesma forma bruta. Eles nos levaram para uma delegacia e nos deixaram dentro de uma cela onde não havia mais ninguém e, até aquele momento, nenhuma palavra foi dita nem por mim e nem por ela, eu quebrei o silêncio e perguntei o que havia acontecido. Por que fomos parar naquela situação? E ela, serenamente, disse que quando eu quebrei a garrafa na cabeça do cara, o rapaz que estava tomando cerveja sentado ao meu lado, se levantou e puxou uma faca. Ele iria me pegar pelas costas, mas ao ter sido acertado no rosto, comecei a lançar socos para todos os lados e acabei acertando ele que, por sua vez, deixou a faca cair. No meio da confusão, ela esfaqueou um dos comparsas dele, nisso a polícia chegou e todos fugiram ficando apenas nós dois, ou seja, estamos sendo indiciados como homicidas.
- Eu não matei ninguém, foi você que matou o cara - eu disse entrando em desespero.
- Infelizmente, o cara que você acertou na cabeça com a garrafa foi quem faleceu - ela disse gritando enquanto segurava firmemente o meu rosto.
Naquele instante, reparei mais uma vez como era linda aquela menina, mas eu estava nervoso e confuso com a situação, sua mão macia e grudenta devido ao sangue não me deixava olhar para nada mais e quando dei por mim, um beijo ardente estava rolando, eu já não pensava em mais nada, minhas mãos que antes estavam trêmulas, passeavam por aquele corpo que no bar eu tanto admirei, por suas coxas e sua barriga. Quando eu estava prestes a tirar sua blusa, um policial chegou dizendo que estávamos livres. Saímos daquela delegacia agarrados como se fôssemos dois amantes de longa data e não fazíamos ideia para onde, queríamos acabar com o pesadelo que havia sido aquela noite, nos deliciando um com o outro.
A noite ainda não havia terminado, mas poderia acabar num motel ou na minha cama, porém, não foi isso que aconteceu, enquanto nos dirigíamos a um local apropriado para continuarmos aquele tão gostoso beijo, encontramos novamente aquele cara com o cabelo laranja. Dessa vez, ele estava acompanhado de um grupo ainda maior e mais armado, eles estavam esperando a gente sair da delegacia, mas por que raios aquele cara me perseguia a noite toda? O cara veio em minha direção deixando o grupo dele afastado alguns metros, me olhou dos pés a cabeça e exclamou em tom de ironia:
- Até que não está tão machucado, acho que deveria entender o que significa mexer com meus amigos, tudo tem um preço e eu cobro adiantado!
- Meu caro, olhe a sua volta, não tem chance de escapar e se você queria esta garota, poderia ter me avisado, eu pegava a outra! – Foi neste momento que ele puxou uma buterfly (faca de pequeno porte que dá para fazer acrobacias). A minha cabeça mais uma vez se voltou à época do boxe, dessa vez em especial de uma luta, minha última luta, eu estava ganhando, mas acabei perdendo por nocaute, a sensação de cair no chão, de perder...
Eu então soltei a mão da garota, olhei no fundo dos olhos do alaranjado rapaz e falei que a luta seria apenas entre mim e ele e o ganhador ficaria com a garota!

6 Comentários:

CassioCortez disse...

Ficou muito bacana, conte mais por favor

Atila City disse...

Nos próximos dias saíra mais alguns eps. E mais pra frente um e-book..valeu por ter lido

Eddie disse...

Parabéns, gostei da história...mas como bom observador ainda achei umas palavras, que me parecem incorretas...rsrs

Diego disse...

Gostei bastante do relatório/história, fiquei curioso pelos próximos capítulos

Serralheria David Punk disse...

Ficou dez mano

Serralheria David Punk disse...

Ficou dez mano

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